Diabetes: o que é, sintomas, tratamento e mais!
Por ARYANE GOUVEA as 18:01 - 8/04/2025 Saúde
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O diabetes mellitus é uma doença crônica e autoimune caracterizada pela deficiência na produção de insulina em diferentes níveis. O Brasil, por exemplo, possui cerca de 20 milhões de pessoas diabéticas, sendo o 6º país com mais casos no mundo, conforme dados da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Sendo comumente relacionada à genética, é uma condição bastante séria e, por vezes, silenciosa — mas que pode ser prevenida com a adoção de hábitos saudáveis, evitando suas complicações.
Neste artigo, falaremos sobre o que é diabetes, os diferentes tipos, as principais causas e a importância do tratamento adequado. Boa leitura!
O que é diabetes?
Segundo o Ministério da Saúde, o Diabetes Mellitus (DM) é uma condição crônica de origem múltipla caracterizada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina — hormônio produzido pelo pâncreas, fundamental para que as células do corpo possam absorver a glicose e usá-la como fonte de energia. Dessa forma, a condição é marcada pelos altos níveis de açúcar no sangue (ou hiperglicemia).
Embora não tenha cura, como vimos, a doença pode ser controlada com a adoção de uma dieta balanceada e prática regular de exercícios físicos, além do uso de medicamentos para diabetes, quando necessário.
Por que se chama “Diabetes Mellitus”?
O termo “diabetes” significa “passar através” ou “sifão” e surgiu no século II na Grécia Antiga, em referência à perda excessiva de urina, como se o líquido passasse direto pelo corpo. Já o termo “mellitus”, que significa “mel”, se refere ao excesso de açúcar na urina das pessoas diabéticas, tendo sido aglutinado ao termo diabetes, por volta de 1700.
Juntos, os termos “diabetes mellitus” descrevem a doença como uma condição em que há excesso de açúcar (glicose) no sangue e na urina, levando ao aumento da produção de urina. Atualmente, o termo é usado para diferenciar essa doença de outra condição chamada diabetes insipidus, que também causa aumento da produção de urina, mas não está relacionada ao açúcar no sangue.
Tipos de diabetes
Agora que você já sabe o que é diabetes, vamos conhecer melhor os diferentes tipos dessa doença crônica, sendo os principais:
1. Diabetes tipo 1 (DM1)
No Diabetes Tipo 1, o sistema imunológico ataca as células produtoras de insulina, levando à pouca ou nenhuma produção desse hormônio. Com isso, a glicose se acumula no sangue sem ser utilizada como energia, caracterizando o DM1, que, conforme a Sociedade Brasileira de Diabetes, representa 5 a 10% dos casos.
Embora o tipo 1 seja o mais comum em crianças, geralmente diagnosticado entre 4 e 6 anos ou entre 10 e 14 anos, ele pode se manifestar em qualquer idade. Além disso, para pessoas com histórico familiar da doença, é recomendado monitorar os níveis de glicose periodicamente por meio de exames.
2. Diabetes tipo 2 (DM2)
Por outro lado, o diabetes tipo 2 é caracterizado pela deficiência na produção e pela resistência à insulina: o organismo até produz tal hormônio, mas não o aproveita como deveria.
No geral, se manifesta em pessoas adultas e sua causa está ligada ao sedentarismo, sobrepeso, hipertensão, triglicerídeos elevados e hábitos alimentares inadequados. A Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde aponta que esse é o tipo mais comum no Brasil, afetando cerca de 90% das pessoas com a doença.
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3. Pré-diabetes
Você sabe o que é pré-diabetes? Essa condição ocorre quando o nível glicêmico no sangue está acima do ideal, mas ainda não é alto o bastante para ser considerado diabetes tipo 1 ou tipo 2.
Dessa forma, o pré-diabetes pode ser interpretado como um alerta de que algo não vai bem no organismo e geralmente se manifesta em quem sofre com obesidade, hipertensão e/ou dislipidemia (colesterol anormalmente elevado).
No entanto, apesar do alerta, o Ministério da Saúde aponta que cerca de 50% das pessoas diagnosticadas com essa condição desenvolvem diabetes, muito devido à ausência de sintomas. Porém, em casos raros, a pessoa com pré-diabetes pode notar um escurecimento da pele, sobretudo nas dobras, como axilas, virilha e pescoço.
4. Diabetes gestacional
O diabetes gestacional ocorre temporariamente durante a gravidez, onde há aumento dos níveis de glicose no sangue, mas ainda não o suficiente para ser diagnosticado como diabetes tipo 2.
Geralmente não apresenta sintomas (o diagnóstico é feito através de exames) e desaparece após o parto. Ele afeta entre 2 e 4% das gestantes, além de aumentar o risco de diabetes no futuro — tanto para quem está gestando, quanto para a criança.
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5. Outros tipos de diabetes
Outros tipos de diabetes podem ser causados por problemas genéticos, outras doenças ou até mesmo uso de medicamentos, tais como:
Problemas genéticos na produção ou ação da insulina.
Doenças que afetam o pâncreas, como pancreatite e fibrose cística.
Uso de substâncias químicas ilícitas ou por medicamentos, como contraceptivos, diuréticos e corticoides (sobretudo os injetáveis).
Deu para notar como cada tipo de diabetes possui suas especificidades clínicas, certo? Por isso, é indispensável fazer um acompanhamento médico regular para o controle adequado da doença!
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O que causa diabetes?
Ela pode ser o resultado de uma combinação de fatores genéticos, ambientais e até mesmo de estilo de vida. Por exemplo, a predisposição genética, aliada à obesidade e ao sedentarismo, são os principais responsáveis pela resistência à insulina, característica do DM2.
Por outro lado, O DM1 é causado pela destruição autoimune das células beta do pâncreas que produzem insulina, o que pode ser potencializado por uma dieta desregrada, rica em açúcares, gorduras e sódio.
Dessa forma, se o diabetes não for tratado nos primeiros sinais, pode causar complicações graves como doenças cardíacas, renais, mentais e disfunção sexual.
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Diabetes: sintomas e fatores de risco
Após compreender as principais causas da diabetes, é fundamental se atentar aos seus sintomas. Afinal, por ser uma doença por vezes silenciosa, ela pode se manifestar discretamente, com sinais que passam despercebidos.
Alguns sintomas, como fome e sede frequentes, além do aumento da urina, são comuns a todos os tipos de diabetes. No entanto, cada tipo também apresenta sintomas específicos:
Sintomas de diabetes tipo 1
Perda de peso inexplicável.
Náusea e vômito.
Mudanças de humor.
Nervosismo.
Fraqueza e fadiga.
Sintomas de diabetes tipo 2
Visão turva ou embaçada.
Cicatrização lenta de feridas.
Formigamento ou dormência nas extremidades.
Infecções frequentes.
Aparecimento de furúnculos.
Fatores de risco de pré-diabetes
Antecedente de diabetes gestacional.
Casos de diabetes tipo 2 na família.
Fatores de risco de diabetes gestacional
Histórico de diabetes na família.
Excesso de peso ou obesidade.
Síndrome do ovário policístico (SOP).
Quanto antes for diagnosticado, melhor será o controle de diabetes. Por isso, fique de olho nos sinais, e, ao perceber qualquer sintoma, procure orientação médica!
Principais complicações do diabetes não controlado
Dentre as principais complicações do diabetes, que causam grande parte das mortes e incapacidades em pessoas com o tipo 1 e 2, podemos citar:
1. Nefropatia diabética
A nefropatia diabética é uma condição que causa danos aos vasos sanguíneos dos rins, levando à perda progressiva da função renal. No geral não apresenta sintomas até os estágios avançados, que podem ocasionar síndrome nefrótica ou insuficiência renal, que podem ser agravados pela hipertensão arterial.
2. Retinopatia diabética
A retinopatia diabética ocorre quando o excesso de glicose no sangue danifica os vasos sanguíneos da retina. Nos estágios iniciais dessa condição, a visão pode ficar embaçada, com manchas, pontos flutuantes e a pessoa pode ter dificuldade para distinguir cores. Caso não seja tratada, pode levar à cegueira.
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3. Doenças cardiovasculares
O diabetes não controlado pode aumentar significativamente o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, como:
Acidente vascular cerebral (AVC): quando vasos sanguíneos cerebrais entopem ou se rompem, causando paralisia na área afetada pela falta de circulação.
Infarto do miocárdio: morte de parte do músculo cardíaco pela interrupção abrupta do fluxo sanguíneo devido a um coágulo, por exemplo.
Doença arterial periférica: distúrbio que causa má circulação nas pernas, causando dor ao caminhar.
Como tratar diabetes?
O tratamento do diabetes varia conforme o tipo da doença e pode incluir diferentes intervenções, cada uma com seus mecanismos e indicações específicas.
Tratamento: diabetes tipo 1
O tratamento mais prescrito para diabetes tipo 1, consiste na insulinoterapia — tomando doses controladas de insulina diariamente, a pessoa consegue regular os níveis de glicose no sangue, imitando a ação do hormônio naturalmente produzido pelo corpo. Também é importante fazer a verificação da glicose em casa com certa frequência.
Tratamento: diabetes tipo 2
Já no caso do diabetes tipo 2, os antidiabéticos (popularmente chamados de “remédio para diabetes”), como inibidores da alfaglicosidase, glinidas e sulfonilureias, são comumente prescritos para auxiliar no gerenciamento da doença.
Eles agem de diferentes formas, podendo inibir a absorção de carboidratos e estimular a produção de insulina pelas células pancreáticas. Além da intervenção medicamentosa, a prática de exercícios físicos, um planejamento alimentar (evitando açúcares e carboidratos simples) e a moderação no consumo de bebidas alcoólicas também podem auxiliar no tratamento.
Tratamento: pré-diabetes e diabetes gestacional
Para prevenir o avanço da doença, o tratamento principal tanto do pré-diabetes, quanto do diabetes gestacional, foca em adotar um estilo de vida saudável a longo prazo, com alimentação saudável e prática regular de atividade física.
Nesse artigo, falamos sobre o diabetes: tratamento, tipos, causas e principais complicações causadas pela falta de tratamento. Por isso, é importante ter um acompanhamento médico para o tratamento, que pode envolver o uso de medicamentos — como antidiabéticos e canetas de insulina.
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